CENSO: BRASILEIROS QUE MORAM SOZINHOS AUMENTA

Residências com apenas um morador aumentou em 73,5%. De olho nesse mercado, a indústria já pensa em produtos específicos para os solitários.


Érica Rehder é publicitaria, tem 27 anos, mora sozinha e nem pensa em dividir o teto com alguém. “Você conquista independência financeira e busca morar sozinha, conquistar suas coisas, seu espaço.” Mesmo sendo mais caro e não tendo ninguém para dividir as despesas, ela ainda acha que vale a pena. “Não tem os pais que te ajudam, mas essa é a conquista”, diz.

Quase sete milhões de brasileiros vivem como ela, cada vez mais sozinhos, como mostra o censo do IBGE. Em dez anos, o número de residências com apenas um morador aumentou em 73,5%.

Na cozinha da Érica fica claro um novo jeito de viver de quem é só. Três pãezinhos, um mamão e uma banana. “Tem que comprar em pouca quantidade para não estragar.”

A indústria alimentícia já está atenta a esse nicho. Nas gôndolas dos supermercados, os produtos individuais se multiplicam. Pizza, lasanha, um bife. São itens que custam caro. Um dos entrevistados revela quanto gasta. “Em um mês, por volta de 600 reais. Só para mim.”

O mercado imobiliário também está de olho nos brasileiros sozinhos e investe nos apartamentos com tamanhos de 36 a 50 metros quadrados.

Uma construtora vendeu em apenas duas horas todas as 256 unidades de uma torre no centro de São Paulo. A procura foi tanta que já tem dois novos lançamentos. “Como as pessoas buscam infraestrutura e boa localização, o tamanho passa a ser uma preocupação secundária. Então são apartamentos compactos, com um ou dois dormitórios na sua grande maioria”, explica Marcos França, diretor da construtora.

Mais gente morando sozinha é sinal de que as finanças vão bem. “Os censo apontou o resultado da melhora da economia brasileira, afinal de contas as pessoas só deixam de morar com seus pais quanto têm mais dinheiro no bolso. Possibilita que além de comprar um novo empreendimento, ele tenha o dinheiro para os custos do dia a dia”, explica o pesquisador Renato Meirelles.

O último censo também mostra que as residências do país têm cada vez menos moradores. A média de pessoas por domicílio caiu de 3,8 em 2000 para 3,3 em 2010.

Fonte: Daiana Garbin/São Paulo, SP

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